domingo, 21 de julho de 2013

poema contra a mina de ouro de Corcoesto

A ceo aberto entra a morte
fenece a terra a golpe de cianuro
nunha drenaxe aceda que a envelena
 contamínaa
Non quero  este caos que nos acurrala
que nos anubra nunha eclipse eterna
Hai unha alarma pendurada das árbores
unha ameaza terríbel
Habita o desazo involucrado no proxecto do demo
que nos esperta, que nos volve insomnes
e fai tremer a pedra e o río
Nos tocados cons inscríbese a barbarie
Instáurase a enfermidade e abre canles sépticas  
nas edénicas corredoiras
e nós ficamos  nus,nun futuro árido
sen O2
no frío intenso, no loito irremediábel
que se instaura na Cabana
hai un temor crecente
que irrompe nun escenario indesexábel
 esperpéntico
a esperanza semella nula e as tardes devalan
na terríbel secuencia agónica
inamovíbel no  dourado abismo
A escuridade féndenos as tempas
acubíllase  entre as árbores asustadas
Tumoracións váranse nas nosas costas
na profundidade do teu seo nai
e non queremos
non queremos que se cerna  na amada chaira
o inmenso pranto dun sepelio
non queremos
que a superficie deste territorio
erosione  crónicos espectros
Simplemente, queremos  ter a certeza da luz
mais nada! 

terça-feira, 2 de julho de 2013

A içada bandeira azul e branca

Poema escrito para a III Festa da República Galega  na velha estação em Ordes (29 de junho, 2013)
ondeará ceive cara o  céu  extenso  
e aberto  da independência
Não quer viver abaixo
enforcada no jugo colonialista
desencadeasse
empreende uma  maratona  cara a soberania   
 Minha terra que vives  afrontada
dende o centro ditatorial
dende o fascio
Esperta mãe do escuro letargo!
As páginas geladas da tua história
fincaram os pés assassinos na tua gorja
na  terra
e  abriram  cadaleitos trás os seus passos violentos
Quiseram mancar-te, emudecer-te
derrubar-te no fosso  húmido das catacumbas
 Porém segues caminhando com passo seguro
ata a extenuação
Porque os duros valados não são quem
de  travar as tuas ânsias de voar
e berras, pelejas  encerrado  povo
nas celas lúgubres do opressor
Mais a fouce imperialista não conseguiu
nem conseguirá   a submissão  
a luta guia os teus passos na noite
a  resistência  abre novas janelas ao sol
neste pôr -do- sol  que semelhava  infindo

Içada bandeira em marcha
sem trégua 
sempre cara a liberdade!


 Vigo 12 de maio, 2013